Não da tempo nem de contar ate 3, fechado, lacrado, não sai uma palavra, não absorve ou entra mais nada também. Não importa o que disser ou falar, nada faz abrir esse cadeado. Se foi uma briga, uma discussão, uma desilusão ou uma verdade, se fecham, e vão sempre se fechar, até descobrirem que, mesmo isso parecendo o mais fácil e menos dolorido, existe um caminho mais lúcido, constituído simplesmente, de diálogos.
Existem animais, como a tartaruga, que quando se vêem em uma situação de perigo, sabem que dentro de seu casco estarão melhor protegidas. Elas se sentem mais frágeis que a ameaça fora de sua casinha, e dentro, são inalcançaveis. O problema é, que quando elas decidirem sair do casco, o conflito, o perigo ou qualquer outro empecilho vai continuar lá, mal resolvido, e ele volta, de um jeito ou de outro, ele volta. Essas tartarugas fazem isso porque elas não tem mais o que fazer, elas não tém capacidade de organizar seu pensamento, elaborar um plano de execução e resolver a situação, mas e nós? Se não soubéssemos resolver nossos problemas, talvez teríamos um casco, não é?
Reconciliação. Esse substantivo consegue resultados, que nenhum outro método, caminho, ou ação consegue. E seu predicativo só pode ser alguma característica positiva. Ele une as pessoas, abre espaço pra discussões extremamente construtivas, que além de chegar a um consenso fazem com que os indivíduos deixem de ser egoístas e egocêntricos para enxergar o outro lado da moeda, e portanto, aprender com seus erros, tanto quanto o dos outros.
Assumir erros, isso é algo não comum nessa orgulhosa humanidade, que acredita que isso, mostra fraqueza. Existem tantas percepções de fraqueza, mas errar, e assumir os próprios atos é tudo menos fraqueza. É humildade, honestidade, lealdade, força e coragem. Coragem de ser humilde e força de estar disposto a evoluir, prosperar. E além de fazer bem para os que estão em volta, faz bem para o próprio ser. Não precisa fazer uso do tempo para 'relevar' as coisas, basta se conscientizar que toda experiência, e todo erro, é um aprendizado e que não há tempo a perder. Com certeza, um coração partido, só se cura com o tempo, assim como uma ferida no braço, ou na perna. Mas o que será feito nesse meio tempo para limpar essa ferida, e ajuda-la a cicatrizar mais rápido, somos nós que determinamos. Um filósofo da idade média, Agostinho, dizia que a alma devia reinar sobre o corpo. Ou seja, a ferida precisa de tempo, mas não de descuido, e nem de muita atenção, já que enquanto não esquecemos o machucado, ele não para de doer, e dor é algo desagradável que podemos evitar. Basta se distrair.
O ponto é, com vontades positivas, de resolver um problema, as consequências do período em que uma ferida se cicatriza, não são tão doloridas e rigorosas. E o melhor jeito de lidar com qualquer divergência, é a discussão. Ela vem de dentro e se encontra e combina com outras que já estão fora. Será que para amenizar essa dor, não vale a pena achar a chave, e abrir logo esse cadeado?
Vehanen, Laura